Aumento remuneração CDBs: Bancos elevam taxas em novembro

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O aumento remuneração CDBs foi uma das principais movimentações no cenário bancário durante o mês de novembro. As instituições financeiras incrementaram as taxas dos Certificados de Depósitos Bancários, especialmente os títulos pós-fixados, que são amplamente procurados no mercado. Em um levantamento recente da Quantum Finance, realizado para o InfoMoney, foi evidenciado que a remuneração média desses papéis superou a marca do CDI, fenômeno pouco usual no setor.

De acordo com os dados compilados, os CDBs pós-fixados com vencimento em 24 meses atingiram uma remuneração de exatos 100% do CDI em novembro. Este índice representa uma alta em relação aos 98,97% do CDI registrados em outubro do mesmo ano. Da mesma forma, os papéis com prazo de seis meses tiveram um incremento significativo, com a média de remuneração subindo de 99,04% para 100,14% do CDI. Mesmo os títulos de 12 meses, embora mantendo a taxa média ligeiramente abaixo do CDI, apresentaram uma valorização de 99,06% em outubro para 99,17% em novembro, indicando um movimento geral de alta.

Aumento remuneração CDBs: Bancos elevam taxas em novembro

Vários fatores convergiram para explicar essa elevação nas taxas, segundo especialistas do mercado. Um dos elementos centrais para o aumento remuneração CDBs é a intensa competição entre os bancos pela captação de recursos via esses títulos. Guilherme Almeida, head de renda fixa da Suno Research, salienta que, diante de uma demanda aquecida, a concorrência se acentua, impulsionando os emissores a ofertar retornos mais atrativos para conquistar o capital dos investidores.

A análise dos retornos dos CDBs indexados ao CDI, abrangendo o período entre 01/11 e 01/12 de 2025 (data conforme especificação da fonte original), revela as seguintes médias de remuneração:

  • Para prazos de 3 meses, a taxa média ficou em 100,29% do CDI, com máxima de 106,00% oferecida pelo Paraná Banco.
  • Nos papéis de 6 meses, a média foi de 100,14% do CDI, com taxa máxima de 103,00% pelo Bando BMG.
  • CDBs de 12 meses registraram taxa média de 99,17% do CDI, com máxima de 106,00% via C6 Consignado.
  • Já os de 24 meses atingiram 100,00% do CDI na média, com o Banco do Estado do Rio Grande do Sul oferecendo 103,00% como taxa máxima.
  • Títulos de 36 meses tiveram taxa média de 100,02% do CDI, com o Santander Brasil oferecendo 102,00%.

Fatores-Chave para a Valorização dos Títulos Bancários

Além da forte disputa entre as instituições financeiras por capital, a situação do Banco Master também influenciou a precificação dos CDBs. Em 18 de novembro, o Banco Central do Brasil decretou a liquidação extrajudicial da instituição, o que gerou um sentimento de cautela e receio entre os investidores. Diante dessa incerteza no mercado, há uma natural exigência por prêmios de remuneração mais elevados para a alocação de recursos, conforme observado por Guilherme Almeida.

Lauro Sawamura, gestor de fundos de investimento da Patagônia Capital, corrobora essa perspectiva, afirmando que o receio de um possível risco sistêmico desencadeado pelo caso Master contribuiu efetivamente para a abertura dos spreads, ou seja, as diferenças entre as taxas de juros ofertadas pelos ativos bancários e as taxas de referência. Ambos os especialistas preveem que os impactos do caso Banco Master poderão se intensificar nas emissões a serem realizadas em dezembro, refletindo uma demanda contínua por maior compensação ao risco.

Um terceiro componente que ajudou a impulsionar as taxas dos CDBs atrelados ao CDI, apontado por Sawamura, é a expectativa de corte nas taxas de juros já precificada para o início do próximo ano. Essa antecipação tende a reduzir um pouco o interesse por investimentos pós-fixados, que teriam um rendimento menor em um cenário de juros mais baixos. Essa diminuição na procura por esses papéis, paradoxalmente, contribui para que os spreads voltem a se abrir, pois os bancos buscam maneiras de atrair investidores em um ambiente de incerteza e competição por liquidez.

Desempenho dos CDBs Pré-Fixados e Indexados à Inflação

Paralelamente aos títulos pós-fixados, o mercado também observou o comportamento dos CDBs prefixados. As taxas médias para essa modalidade variaram entre 12,91% e 15,66% ao ano em novembro. No entanto, Guilherme Almeida faz um importante alerta para os investidores que consideram esses papéis: a decisão de investir em prefixados deve ser pautada pelo perfil de risco individual, uma vez que eles carregam um risco maior, estando suscetíveis às flutuações das taxas de juros do mercado ao longo do tempo. Um total de 57 títulos prefixados foram emitidos no último mês, número significativamente menor quando comparado aos 193 pós-fixados lançados no mesmo período.

Os retornos de CDBs prefixados entre 01/11 e 01/12 de 2025 (data conforme especificação da fonte original) apresentaram as seguintes características:

  • Para prazos de 3 meses, a taxa mínima foi de 15,65% e a máxima de 15,68%, com média de 15,66%. O Santander Brasil foi emissor da maior taxa.
  • Títulos de 6 meses registraram mínima de 13,44% e máxima de 14,82%, com média de 14,00%. ABC Brasil destacou-se com a maior taxa.
  • Para 12 meses, a mínima foi de 12,86% e a máxima de 14,70%, com média de 13,72%. Sinosserra Financeira foi um dos emissores com maior taxa.
  • CDBs de 24 meses tiveram mínima de 12,42% e máxima de 13,07%, com média de 12,64%. Haitong Brasil foi um dos emissores.
  • Já para 36 meses, a mínima foi de 12,50% e a máxima de 13,95%, com média de 12,91%. A Sinosserra Financeira também se destacou neste prazo.

Em contraste com a elevação observada nos títulos pós-fixados e as variações nos prefixados, as taxas dos ativos bancários indexados à inflação apresentaram uma trajetória de queda. A remuneração dos títulos com vencimento em 24 meses recuou de 8,13% em outubro para 7,63%, além da inflação (IPCA+). Da mesma forma, a taxa média dos papéis para 36 meses diminuiu de 7,88% para 7,42% acrescida da inflação. Os retornos dos CDBs indexados à inflação entre 01/11 e 01/12 de 2025 (data conforme especificação da fonte original) incluem:

  • 12 meses: Taxa média de 8,71% (IPCA+), com máxima de 9,86% pelo ABC Brasil.
  • 24 meses: Taxa média de 7,63% (IPCA+), com máxima de 8,22% pelo Haitong Brasil.
  • 36 meses: Taxa média de 7,42% (IPCA+), com máxima de 7,93% pelo ABC Brasil.
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A elevação da remuneração dos CDBs em novembro, impulsionada por uma combinação de competição bancária, as consequências do caso Banco Master e as projeções para o cenário de juros, desenhou um mês dinâmico para os investidores de renda fixa. Enquanto os pós-fixados ganharam destaque, os prefixados mantiveram um papel estratégico, mas com risco associado, e os indexados à inflação observaram uma retração em suas taxas. Para compreender melhor as dinâmicas do mercado financeiro e suas repercussões, explore outras análises em nossa editoria de Economia, mantendo-se atualizado sobre as principais tendências e recomendações do setor.

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Crédito da imagem: Divulgação

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